Nova Ferroeste é tema de encontro com entidades industriais do Oeste do Paraná

Publicado em 18 de June de 2023 por Comunicação CCI

Melhorias na infraestrutura logística do País foram um dos principais assuntos do 1º Fórum Econômico e Político do Oeste do Paraná, que aconteceu nesta sexta-feira (16) no auditório da Associação Comercial e Industrial (ACIC), em Cascavel. O painel de infraestrutura dominou a agenda da manhã. A Caciopar existe há 47 anos e representa 46 associações comerciais. São mais de 20 mil empresas e cooperativas filiadas, entre elas, alguns dos maiores nomes do agronegócio internacional.

Para o presidente da Caciopar, Lucas Ghellere, a distância do Oeste dos grandes centros e do Porto de Paranaguá torna o transporte de insumos, matéria-prima e mercadorias, imprescindível para as pequenas, médias de grandes empresas instaladas na região, muitas vezes um desafio. “Hoje nosso principal gargalo de desenvolvimento é a questão logística. Somos responsáveis por boa parte da produção agrícola e industrial do Estado”, destacou.

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Para dar conta desse crescimento, além da estruturação de um novo modelo de investimentos em rodovias, com duplicação praticamente integral da BR-277 até Paranaguá, uma das principais respostas do Estado é a Nova Ferroeste, proposta pelo Governo do Paraná, que prevê a ampliação da atual Ferroeste, que liga Cascavel a Guarapuava. Essa nova malha ferroviária interestadual, com 1.567 km, vai ligar os estados do Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e a região Oeste ao Porto de Paranaguá.

O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, destacou a diminuição de 30% no custo do frete em relação ao modal rodoviário com a nova ferrovia. “Isso vai trazer uma redução importantíssima do chamado custo Brasil, tornando as cooperativas e o setor produtivo mais competitivos no mercado internacional”, afirmou. “A redução de custo logístico permite que esses recursos sejam aplicados em novas plantas industriais e melhorias dos processos, o que só favorece a população do Paraná”.

A Nova Ferroeste é determinante porque o fluxo de transporte por esse modal aumentou em Paranaguá nos últimos anos. A movimentação de carga por ferrovia no Porto de Paranaguá aumentou em maio deste ano. A participação do modal no total de cargas que chegou ou saiu dos portos paranaenses foi de 19,52% no mês passado. Em maio de 2022, a participação foi de 18,10% do volume total. Deste total, mais de 90% da carga teve origem fora da região Oeste.

“A Ferroeste está no limite operacional, não consegue acompanhar o agronegócio, que cresce mais de 20% ao ano, inclusive com recorde de soja na safra de 2023. Só uma nova ferrovia moderna vai poder oferecer o que o Estado do Paraná precisa para continuar a crescer”, avaliou Fagundes.

Construída durante a década de 1990, a Ferroeste opera no trecho de 247 km entre Cascavel e Guarapuava, município onde se conecta à Malha Sul. Hoje um contêiner refrigerado que sai de Cascavel pode levar até cinco dias de viagem para chegar ao Litoral. A Nova Ferroeste vai reduzir esse tempo para 20 horas, inclusive com uma nova descida na Serra do Mar.

“A única maneira da economia se movimentar é através da infraestrutura. Não adianta a excelência no setor produtivo, dos portos, se não tiver como conectá-los de uma maneira qualificada”, arrematou o coordenador.

Ele explicou que no fim de 2022, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) solicitou estudos adicionais ao Governo do Paraná sobre o projeto, como complementação ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA). São contribuições e questionamentos oriundos das sete audiências públicas realizadas pelo órgão, bem como pedidos dos técnicos a partir das vistorias feitas ao longo do traçado.

O instituto requereu a apresentação de alternativas locacionais ao traçado proposto nos municípios de Guaraniaçu, São José dos Pinhais e na Serra do Mar. Estes e outros ajustes também vão permitir a redução adicional no volume de supressão de mata nativa. O estudo complementar, com mais de 700 páginas, será protocolado nos próximos dias.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também demandou estudos de novos povos indígenas próximos ao traçado. O número de territórios e a localização serão definidos numa vistoria que será realizada por técnicos da Funai e do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário. Elas vão passar por Dourados, no Mato Grosso do Sul, e Guaíra, Nova Laranjeiras e Morretes.

 

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